segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

MASSACRE NO NATAL

“Levanta-te, pega o menino e sua mãe e foge para o Egito.” No meio do tempo da Natalidade, o Evangelho fixa nossa atenção numa realidade muito humana da vida de Jesus. Ele nasce também debaixo de um decreto cuja intenção primeira era a de mobilizar os meios de arrecadação tributária para conhecer os números, identificar os possíveis devedores de impostos, estivessem onde estivessem. Engordavam-se os cofres de um império cruel, desumano, insensível à miséria dos milhões de oprimidos, desapoderados; sem dignidade, sem cidadania, escravizados pelos sistemas econômicos apoiados pela religião dominante e pela política de seu país.

Como hoje, prevalecia o deboche dos opulentos sobre os mais fracos, dos controladores da sociedade que festejam o Natal com seus coquetéis de absinto e heroína, e comprimidos mágicos de ecstasy, embriagados e excitados com o luxo e sucesso econômico, enquanto vivem a hipocrisia da abundância (haja o que consumir para satisfazer a sociedade do lixo e do desperdício!).

Cabe-nos observar a “luz” que se derrama sobre os “impérios sagrados” da economia mundial e suas impiedades estruturais (Mt 2.7), mantenedores de abismos entre bem-postos e miseráveis. Augusto, imperador, era considerado “divino”; alguém que quer ter o poder “sagrado” de controlar, submeter, recolher tributos, royalties, taxas de empréstimos, de todos os habitantes da terra que, no seu entender de governante mundial, lhe devem e têm que pagar, irrevogavelmente (Domiciano, pouco depois, comovido, declararia sem rebuços: eu sou Deus!).

A fome e a miséria eram o cenário onde nasciam os menininhos pobres e carentes como ele, perigo para a sociedade que já os excluía imediatamente, dispondo-se a exterminá-los. Logo depois, essa mesma sociedade promovia ou apoiava um genocídio, entre os mais clamorosos das histórias sobre crianças na Bíblia (Dt 2.33-34: “...Destruímos mulheres e crianças”). Os meninos do tempo de Jesus nasciam condenados à morte desde o nascimento. Hoje, seus irmãozinhos, em todo o mundo, que nascem também com essa condenação. O menino nascia na estrebaria e era embalado num berço improvisado. Nem romantismo, nem falsa humildade. Ensinaram errado... é sombrio o natal de Jesus, como o de seus irmãozinhos do Terceiro Mundo.

Todos os anos a ONU (Organização das Nações Unidas) publica índices de “(des)qualidade de vida”, e nosso país, entre os de economia mais sólida no mundo, sempre está entre os últimos desse planeta (IDH 73%, 2010). Onde estaria essa pobreza que os poderes públicos não admitem? A eles, os pobres e miseráveis, o reino de Deus e a sua justiça eram anunciados e ofertados por discípulos e apóstolos de Jesus Cristo. Ele está entre os milhões de excluídos de nossa época (Mt 25.37-39: “Quando te vimos doente... clandestino – entre bolivianos imigrantes nos cortiços de São Paulo – nu, com sede, fome, desnutrido e com frio...”.)

A Natalidade do Senhor é tempo de esperança porque Deus resgata o povo pobre e sem valor, “lixo social”, e o chama para o centro da história da salvação. Mateus nos apresentará a concepção de Jesus por obra do poder divino. Um sobrevivente da miséria. Mas é também por esse poder que a família do menino nascido de mulher resistirá aos poderes políticos, econômicos e religiosos atrelados para o extermínio da esperança: genocídio social que parece não cessar nunca. Estudos feitos por paleopatologistas, analisando a época de Jesus e dos apóstolos, indicam doenças infecciosas e desnutrição generalizadas. Por volta dos 30 anos a maioria das pessoas sofria de verminose – 50% dos restos de cabelo encontrados nas escavações arqueológicas tinham lêndeas de piolhos –, tinham dentes destruídos e corpos fisicamente arruinados. Por exame do DNA, identificaram-se doenças endêmicas, e resultados da desnutrição e da fome naqueles dias. Realidade que não mudou para 2 bilhões do planeta. E mais de 1 bilhão de crianças, morrendo por causa da fome e desnutrição.

“A história da humanidade espera com paciência o triunfo dos humilhados” (Tagore). Vimos no GloboNews a maravilhosa poeta mineira Adélia Prado. Perguntada sobre "o que ela espera...", numa confissão comovente, respondeu com longa reflexão sobre o sentido da vida: "Espero Jesus!". Neste Natal, refletiremos sobre as sociedades herodianas de nosso tempo? Mais uma vez, se pudessem, matavam o “menino sem-nada” no berço e já o ameaçariam de extermínio. Mas a esperança de vida está no menino sobrevivente, como a borboleta, que tem asas e muitas cores... Jesus nasceu e deixou-nos a lição dos sobreviventes. Para que todos tenham direito à vida (...”Eu sou o caminho, a verdade e a vida)”. Com base na Natalidade do Senhor, podemos esperar a superação do escândalo do Natal pagão de todos os tempos.

Derval Dasilio, Pastor da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil
*Texto publicado no portal da Editora Ultimato

domingo, 2 de janeiro de 2011

4 ANOS DE CONGREGAÇÃO

No próximo dia 07/01 completaremos 4 anos de Congregação Presbiterial em Vila Valqueire. Ao certo, foi um tempo de muitas bênçãos e desafios. No dia 30/01 - último domingo do mês - comemoraremos o aniversário de nossa comunidade e você é nossa(o) convidada(o) especial. Não apenas gostaríamos de tê-la(o), mas também solicitamos que você convide a outras pessoas para estarem conosco. Reserve já essa data! Contamos com a sua colaboração e participação!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ESCOLA DOMINICAL

No mês de Janeiro, tendo em vista as férias do nosso Pastor - Rev. Rodrigo Coelho - a nossa Escola Dominical acontecerá sob a direção da Irmã Celeste Almeida e do Pr. Antonio Vaz, conforme segue: dias 02 e 09/01 - Irmã Celeste; dias 16 e 23/01 - Pr. Antonio. No dia 30/01 o Rev. Rodrigo retornará de férias e será ele o professor da classe. Participemos da ED!

domingo, 26 de dezembro de 2010

PR. ANTONIO ROBERTO VAZ DE SOUZA

Pastor Colaborador da nossa Igreja, será o mensageiro da parte de Deus no próximo domingo - dia 02/01 - por ocasião do Culto Vespertino. Neste dia será também celebrada a Ceia do Senhor e todas(os) estão convidadas(os) para participarem deste banquete espiritual. Ao Pr. Antonio Vaz, a nossa gratidão.

MERECIDO DESCANSO

A partir do dia 31/12, o nosso Pastor - Rev. Rodrigo Coelho - estará ausente das atividades da Igreja, retornando apenas no dia 29/01/11. Neste período, a nossa Congregação estará sob a responsabilidade das irmãs que compõem a Mesa Administrativa da Igreja. Rogamos as mais ricas bênçãos sobre o nosso Pastor e família e aguardamos o seu retorno para mais um ano de atividades para a honra e glória do nosso Deus.

sábado, 25 de dezembro de 2010

DECRETOS DO NATAL

Fica decretado que, neste Natal, em vez de dar presentes, nos faremos presentes junto aos famintos, carentes e excluídos. Papai Noel será malhado como Judas e, lacradas as chaminés, abriremos corações e portas à chegada salvífica do Menino Jesus.
Por trazer a muitos mais constrangimentos que alegrias, fica decretado que o Natal não mais nos travestirá no que não somos: neste verão escaldante, arrancaremos da árvore de Natal todos os algodões de falsas neves; trocaremos nozes e castanhas por frutas tropicais; renas e trenós por carroças repletas de alimentos não perecíveis; e se algum Papai Noel sobrar por aí, que apareça de bermuda e chinelas.
Fica decretado que cartas de crianças só as endereçadas ao Menino Jesus, como a do Lucas, que escreveu convencido de que Caim e Abel não teriam brigado se dormissem em quartos separados; propôs ao Criador ninguém mais nascer nem morrer, e todos nós vivermos para sempre; e, ao ver o presépio, prometeu enviar seu agasalho ao filho desnudo de Maria e José.
Fica decretado que as crianças, em vez de brinquedos e bolas, pedirão bênçãos e graças, abrindo seus corações para destinar aos pobres todo o supérfluo que entulha armários e gavetas. A sobra de um é a necessidade de outro, e quem reparte bens partilha Deus.
Fica decretado que, pelo menos um dia, desligaremos toda a parafernália eletrônica, inclusive o telefone e, recolhidos à solidão, faremos uma viagem ao interior de nosso espírito, lá onde habita Aquele que, distinto de nós, funda a nossa verdadeira identidade. Entregues à meditação, fecharemos os olhos para ver melhor.
Fica decretado que, despidas de pudores, as famílias farão ao menos um momento de oração, lerão um texto bíblico, agradecendo ao Pai de Amor o dom da vida, as alegrias do ano que finda, e até dores que exacerbam a emoção sem que se possa entender com a razão. Finita, a vida é um rio que sabe ter o mar como destino, mas jamais quantas curvas, cachoeiras e pedras haverá de encontrar em seu percurso.
Fica decretado que arrancaremos a espada das mãos de Herodes e nenhuma criança será mais condenada ao trabalho precoce, violentada, surrada ou humilhada. Todas terão direito à ternura e à alegria, à saúde e à escola, ao pão e à paz, ao sonho e à beleza.
Fica decretado que, nos locais de trabalho, as festas de fim de ano terão o dobro de seus custos convertido em cestas básicas a famílias carentes. E será considerado grave pecado abrir uma bebida de valor superior ao salário mensal do empregado que a serve.
Como Deus não tem religião, fica decretado que nenhum fiel considerará a sua mais perfeita que a do outro, nem fará rastejar a sua língua, qual serpente venenosa, nas trilhas da injúria e da perfídia. O Menino do presépio veio para todos, indistintamente, e não há como professar o “Pai Nosso” se o pão também não for nosso, mas privilégio da minoria abastada.
Fica decretado que toda dieta se reverterá em benefício do prato vazio de quem tem fome, e que ninguém dará ao outro um presente embrulhado em bajulação ou escusas intenções. O tempo gasto em fazer laços seja muito inferior ao dedicado a dar abraços.
Fica decretado que as mesas de Natal estarão cobertas de afeto e, dispostos a renascer com o Menino, trataremos de sepultar iras e invejas, amarguras e ambições desmedidas, para que o nosso coração seja acolhedor como a manjedoura de Belém.
Fica decretado que, como os reis magos, todos daremos um voto de confiança à estrela, para que ela conduza este país a dias melhores. Não buscaremos o nosso próprio interesse, mas o da maioria, sobretudo dos que, à semelhança de José e Maria, foram excluídos da cidade e, como uma família sem-terra, obrigados a ocupar um pasto, onde brilhou a esperança.
Por Frei Betto

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

POSSE DOS ELEITOS E NOMEADOS PARA 2011

No proximo domingo - dia 26/12 - às 19h, por ocasião do Culto Vespertino, daremos posse a todas(os) as(os) eleitas(os) e nomeadas(os) para o ano de 2011. Rogamos a Deus que nos conduza na realização de Sua obra no ano que se inicia!